História

Durante o século XIX, o Sudão foi dominado pelo Egito, que confiou a administração do território a funcionários britânicos. Em 1899, forças militares inglesas impuseram regime de soberania conjunta anglo-egípcia sobre o território, que, na prática, foi colonizado pela Inglaterra. Em 1954, após onda de protestos nacionalistas, foi criado o Parlamento sudanês, marcando o início do processo de independência, obtida em 1 de janeiro de 1956.

O governo foi formado pela elite urbana de Cartum, de origem árabe, grupo dominante na capital e em toda a região norte do país. A metade sul do Sudão, por outro lado, habitada por população negra africana seguidora de costumes e religião diversos, sobretudo crenças animistas, passou a clamar por maior participação na vida política e econômica do país, insurgindo-se contra a dominação árabe já no final dos anos 50, quando teve início um movimento armado separatista.

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Em maio de 1969, golpe militar levou ao poder o Coronel Jaafar al-Nimeiri. Em 1972, o novo Governo assinou acordo de paz com os rebeldes, concedendo maior grau de autonomia à região sul e incorporando indivíduos de cor negra ao sistema político. A luta contra o separatismo teve conseqüências das mais negativas sobre a economia sudanesa, já combalida pela falta de investimentos, alto preço do petróleo e calamidades naturais (períodos de seca e inundações). Para sustentar-se no poder, Nimeiri recorreu ao apoio da ala radical da “Irmandade Islâmica”, agremiação política da elite árabe. A contrapartida desse apoio foi a adoção pelo Governo, em 1983, da Sharia e do Zakat (respectivamente código de direito islâmico e imposto religioso).

Essas medidas, juntamente com a divisão administrativa da região sul em três províncias, fizeram com que a guerrilha sulista eclodisse novamente em 1983, sob a liderança do Coronel John Garang, à frente do Exército de Liberação do Povo sudanês –SPLA. Além de não aceitarem a islamização do país, os rebeldes consideravam que a nova divisão administrativa imposta pelo Governo tinha por objetivo consolidar o domínio econômico do Norte sobre o Sul, região rica em petróleo.

www2.mre.gov.br/deaf/daf_3/sudao1.htm